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Falta d’água veio para ficar


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Torneira seca

A água será um bem cada vez mais escasso, o que leva as pessoas a buscar meios seguros de armazenamento. A afirmação é do presidente da Tigre, Otto von Sothen, em entrevista na série UOL Líderes, na qual aponta o aumento na venda de caixas d‘água como um reflexo imediato desse comportamento na indústria.

Para ele, falta de saneamento é tão grave quanto a educação ruim, e os políticos não se preocupam com o tema porque são obras que não aparecem como pontes ou viadutos.

Falta de saneamento é um drama no Brasil

UOL – De que forma a recente crise de abastecimento de água influenciou a empresa e o setor?

Otto von Sothen – A forma mais imediata é no negócio de caixas d’água. Esse é um negócio que cresce de maneira vigorosa há bastante tempo. Nós tínhamos um negócio pequeno de caixa d’água que vem crescendo numa velocidade exponencial nos últimos anos e ainda não sabemos qual é o teto. As pessoas precisam de um mecanismo de armazenagem de água segura nas suas casas. Então, evidentemente, essa é a correlação mais óbvia.

A outra é o negócio de estações, que, para mim, são um mecanismo muito mais durável, muito mais sustentável no tempo, que permite a reutilização da água, não para o consumo humano, mas para reúso em banheiro, irrigação etc. No ano passado, esse negócio dobrou de tamanho na Tigre, evidentemente a partir de uma base pequena, mas dobrou, e a perspectiva é que este ano volte a dobrar.

Outro negócio que tem crescido bastante, também a partir de uma base relativamente pequena, são todos os equipamentos, seja de tubulação, equipamentos de irrigação, os aspersores na parte agrícola. É um negócio que continuou a crescer, mesmo durante a crise, e para o qual também ainda não encontramos o limite.

Tratamento de esgotos

A Tigre entrou no mercado de estações de tratamento para água e esgoto, que é o um mercado extremamente importante – a água hoje é certamente o bem mais escasso da humanidade e tende a, cada vez mais, ser escasso para frente. Nós compramos o controle de uma startup alguns anos atrás e hoje estamos nesse negócio de construção dessas estações.

Estamos muito ativos no mercado de indústrias de bens de consumo no qual tratamos o esgoto dessas empresas para que possam reutilizá-lo. Estamos em condomínios verticais, em shopping centers. O modelo é de compra dessas estações ou de aluguel, de leasing. E é um negócio que está crescendo muito fortemente, dobrando a cada ano.

Infelizmente, essa é uma realidade, a escassez de água veio para ficar. Os clientes com os quais temos trabalhado têm tido tipicamente uma redução na conta de água de 30%, 35%, e reutilização de 70% da água que eles estavam descartando. Então evidentemente ajuda bastante.

Por que ainda temos tantos problemas de saneamento no Brasil? Qual pode ser a contribuição da indústria para superar isso?

Esse é o maior drama que eu vejo hoje no Brasil ainda. Metade das residências do Brasil não tem coleta de esgoto.

Estamos falando de 100 milhões de pessoas que não têm coleta de esgoto nas suas casas. E, das 100 milhões que têm, aproximadamente entre 30% e 40% desse esgoto não é tratado, ou seja, é coletado, mas não é tratado, o que é uma vergonha. Para mim, hoje, junto com a educação, talvez esse seja o maior drama do Brasil.

Você tem hoje uma coleta de esgoto no Norte do país que é menor do que 20%, ou seja, 80% da população do Norte não tem coleta de esgoto. O Instituto Trata Brasil coloca isso de uma maneira muito clara, não só em termos de país e de estado, mas também de município.

Mas também há muitos exemplos de prefeitos que fazem um bom trabalho, o que mostra que é possível.

O problema é que saneamento básico, na visão de alguns dos nossos governantes, não dá voto, porque é algo invisível. Não é como uma ponte, um viaduto, um calçamento de rua, uma escola, que é visível a olho nu.

O saneamento básico não é visível, mas é a causa de doenças que poderiam estar sendo evitadas. O custo na saúde pública para corrigir esses problemas é muito maior do que se investíssemos a sério na solução do problema.

O senhor vê esse cenário melhorando no futuro? Do que precisa para isso?

Vejo, na realidade, uma reversão importante, vejo a gente andando para trás. O orçamento público tanto federal, estadual como municipal, vem sendo reduzido para todo tipo de investimento, não só de saneamento básico, educação. Enfim, todos os orçamentos para investimento têm sofrido cortes importantes, porque o percentual que os governos têm destinado ao funcionalismo e às suas previdências têm subido de maneira importante.

Parcerias público-privadas seriam uma solução. A iniciativa privada está disposta a ajudar. A privatização de companhias de saneamento poderia ser uma solução, garantindo que essas companhias tenham metas de serviço, de qualidade para a população. O caminho poderia ser esse.

Mas, de novo, há bons exemplos de bons prefeitos, fazendo um bom trabalho. Então, eu reforço que, quando se quer e há boa vontade, consegue-se. Mesmo hoje, mesmo nas condições bastante restritas de orçamento. Infelizmente, é a minoria.

Fonte: Uol

Matéria completa: https://www.uol/economia/especiais/entrevista-uol-lideres-otto-von-sothen-tigre.htm#falta-de-saneamento-e-um-drama-no-brasil